O ombro congelado, ou capsulite adesiva, é uma condição que causa dor intensa e rigidez progressiva na articulação do ombro, limitando drasticamente a capacidade de realizar movimentos simples, como levantar o braço ou vestir uma camisa. Apesar de poder afetar qualquer pessoa, é mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos e em pacientes com diabetes. Neste artigo, explico as causas, os tratamentos modernos e estratégias para recuperar a mobilidade do ombro.


O Que Causa o Ombro Congelado?

A capsulite adesiva ocorre devido à inflamação e espessamento da cápsula articular do ombro, levando à formação de tecido cicatricial que restringe o movimento. As causas são multifatoriais:

  1. Fatores Idiopáticos: 50% dos casos não têm causa definida.
  2. Traumas ou Cirurgias: Imobilização prolongada do ombro após lesões ou procedimentos cirúrgicos.
  3. Doenças Sistêmicas: Diabetes, hipotireoidismo ou doenças autoimunes (ex.: artrite reumatoide).
  4. Alterações Hormonais: Menopausa ou desequilíbrios hormonais.

Sintomas: Como Reconhecer a Condição

A doença evolui em três fases, com duração total de 1 a 3 anos:

  1. Fase Inflamatória (Congelamento):
    • Dor intensa, principalmente à noite.
    • Início gradual de rigidez (2 a 9 meses).
  2. Fase de Rigidez (Congelado):
    • Redução da dor, mas perda grave de movimento (4 a 12 meses).
  3. Fase de Descongelamento:
    • Melhora gradual da mobilidade (6 a 24 meses).

⚠️ Atenção: Pacientes diabéticos têm maior risco de desenvolver a forma bilateral (ombros afetados simultaneamente).


Diagnóstico: Diferenciando de Outras Lesões

O diagnóstico é clínico, mas exames complementares são úteis para excluir outras condições (ex.: lesão do manguito rotador):

  1. Exame Físico:
    • Amplitude de movimento ativo e passivo reduzida em todas as direções.
  2. Ressonância Magnética:
    • Identifica espessamento da cápsula articular.
  3. Raios-X:
    • Descarta artrose ou calcificações associadas.

Tratamentos: Do Conservador à Cirurgia

O objetivo é aliviar a dor e restaurar a mobilidade. O plano varia conforme a fase da doença:

1. Tratamento Conservador (Fase Inicial)

  • Fisioterapia:
    • Exercícios de alongamento suave para evitar perda de movimento.
    • Técnicas como liberação miofascial e ultrassom terapêutico.
  • Medicamentos:
    • Anti-inflamatórios não esteroidais (ex.: naproxeno) e analgésicos (ex.: tramadol).
  • Infiltrações Guiadas por Ultrassom:
    • Corticosteroides: Reduzem inflamação aguda na fase inicial.

2. Procedimentos Minimamente Invasivos (Fase de Rigidez)

  • Manipulação Sob Anestesia:
    • Movimentação controlada do ombro para romper aderências, seguida de fisioterapia intensiva.
  • Hidrodilatação Articular:
    • Injeção de soro fisiológico na cápsula para distendê-la e melhorar a mobilidade.

3. Cirurgia Artroscópica (Casos Graves)

  • Indicação: Pacientes que não respondem a tratamentos por 6 a 12 meses.
  • Técnica:
    • Liberação cirúrgica da cápsula articular via artroscopia, com incisões de 5 mm.
    • Remoção de tecido cicatricial e aderências.
  • Recuperação:
    • Fisioterapia diária por 3 a 6 meses para evitar recidivas.

Prevenção: Como Evitar Recorrências

  • Mantenha o Ombro em Movimento: Evite imobilização prolongada após traumas.
  • Controle de Doenças Crônicas: Mantenha a glicemia estável se for diabético.
  • Alongamentos Diários: Exercícios de rotação e elevação do ombro.

Por Que Tratar o Ombro Congelado com Urgência?

Sem intervenção, a rigidez pode se tornar permanente, levando a:

  • Atrofia Muscular: Perda de força no braço afetado.
  • Impacto na Qualidade de Vida: Dificuldade para trabalhar, dirigir ou realizar tarefas domésticas.
  • Depressão: Dor crônica e limitação funcional afetam a saúde mental.

Com protocolos personalizados e técnicas avançadas, é possível interromper a progressão da doença e acelerar a recuperação. Agende uma avaliação para iniciar seu tratamento o quanto antes.

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