Lesões no CrossFit: evite problemas durante o treino

Lesões no CrossFit: identificando os riscos mais comuns


O CrossFit, uma modalidade de treinamento físico intensa e desafiadora, tem ganhado popularidade nos últimos anos. Essa prática combina exercícios de alta intensidade com movimentos funcionais que envolvem várias articulações. 

Apesar dos benefícios, essa prática não está isenta de riscos, sendo as lesões uma preocupação comum entre os praticantes. A intensidade dos treinos, o tempo de recuperação mínimo e os movimentos repetitivos levantam preocupações sobre o aumento do risco de lesões em comparação com outras formas de condicionamento físico e esportes.

Os fatores que contribuem para lesões no CrossFit

Uma das principais causas de lesões no CrossFit está relacionada à má execução dos exercícios pelos atletas. A forma inadequada durante movimentos como agachamentos com peso, levantamento terra, arremessos e arrancos pode sobrecarregar a coluna torácica e lombar, aumentando significativamente o risco de lesões.

Além disso, a ênfase do CrossFit em altas repetições em alta velocidade pode comprometer a forma adequada e aumentar o risco de lesões, especialmente quando os atletas estão cansados ou utilizando cargas pesadas.

De acordo com um estudo realizado por Weisenthal et al. nos Estados Unidos, que envolveu 486 praticantes de CrossFit, foi observado que 19,4% dos participantes sofreram pelo menos uma lesão ao longo de um período de 6 meses.

O estudo também revelou que atletas mais experientes apresentaram uma maior propensão a lesões em comparação com atletas iniciantes, ressaltando a importância da progressão adequada e do monitoramento constante durante os treinos.

As áreas do corpo mais afetadas foram o ombro, a região lombar e o joelho, demandando uma atenção especial na prevenção e reabilitação dessas regiões.

Ombro

Lesões no ombro são comuns no CrossFit, com uma incidência de 23,5%. Exercícios como levantamento acima da cabeça, arranco e flexões com impulso estão associados a essas lesões. 

Existem dois tipos de impacto no ombro durante esses movimentos. O impacto externo pode causar bursite, tendinite e rupturas no manguito rotador. Já o impacto interno pode resultar em rupturas no manguito rotador, lesões no labrum e cicatrizes na cápsula posterior.

Além disso, movimentos como segurar apoios de mão, andar sobre apoios de mão e “jerk” podem levar à instabilidade do ombro, aumentando o risco de luxações agudas, lesões de Bankart e luxações recorrentes, assim como lesões condrais, rupturas labrais e subluxações repetidas ao longo do tempo.

Cotovelo

As lesões no cotovelo são comuns no CrossFit, representando cerca de 12% das lesões. Tendinite e epicondilite lateral são as mais frequentes. Já as rupturas distais do bíceps e luxações são menos comuns. Levantamento de peso olímpico e exercícios de ginástica aumentam o risco de lesões, especialmente quando há sobrecarga em hiperextensão, as lesões se tornam mais prováveis. 

Uma lesão específica é a ruptura distal do bíceps, que ocorre durante o movimento de flexão para extensão, resultando em um “estalo” doloroso no cotovelo.

Pulso

Lesões no pulso são comuns no CrossFit, representando de 3,4% a 20,4% das lesões. Os exercícios de levantamento olímpico e powerlifting são os principais causadores devido à sobrecarga e hiperextensão.  As lesões mais comuns no pulso incluem entorses, rupturas de ligamento e fraturas. 

Duas condições específicas são a síndrome de impactação do escafoide, que causa dor e sensibilidade no escafoide dorsal durante a flexão e desvio ulnar do pulso, e a impactação dorsal do pulso, que resulta em dor durante a extensão devido à inflamação entre o rádio e o carpo.

Coluna vertebral

Lesões na coluna lombar são comuns no CrossFit, ocorrendo em 83,1% dos casos. A alta repetição e o uso de pesos aumentam significativamente o risco de hérnias de disco e distensões musculares paravertebrais. 

É importante ressaltar que exercícios como agachamentos e levantamento de peso morto exigem estabilidade da coluna, porém, a fadiga pode comprometer a técnica adequada e aumentar o risco de lesões.

Quadril

No CrossFit, as lesões no quadril e na virilha são mais frequentes em mulheres, representando 63% dos casos. Os diagnósticos comuns incluem síndrome do impacto femoroacetabular, distensão muscular posterior da coxa, hérnia esportiva e síndrome da banda iliotibial.

Essas lesões apresentam sintomas prolongados e início gradual, exigindo meses de fisioterapia para recuperação. Cerca de 25% dos pacientes podem até necessitar de intervenção cirúrgica.

Rabdomiólise

A rabdomiólise é uma condição potencialmente fatal causada por exercícios intensos. Durante esses exercícios, ocorre a destruição das células musculares, resultando na liberação de proteínas na corrente sanguínea. 

Como consequência, podem surgir complicações graves, como insuficiência renal, síndrome compartimental e arritmias cardíacas.

Embora seja uma ocorrência rara, casos de rabdomiólise no contexto do CrossFit foram relatados, enfatizando a importância do treinamento supervisionado e do monitoramento adequado dos sinais de fadiga excessiva e desconforto muscular.

Prevenção de lesões no CrossFit

Algumas medidas que podem ajudar a minimizar os riscos incluem:

  • Ter a supervisão adequada de um treinador de CrossFit para reduzir o risco de lesões.
  • Dominar a técnica adequada de movimento em cada exercício, garantindo uma execução correta para minimizar o risco de lesões.
  • Estar atento aos sinais do corpo, como dor ou desconforto, e respeitar os próprios limites, evitando excedê-los de maneira prejudicial.

Busque ajuda profissional

Se você sofrer alguma lesão no CrossFit, é importante buscar ajuda profissional. Conheça o Dr. Lucas Fraga, um renomado especialista em Cirurgia do Ombro e Cotovelo, com vasta experiência na área ortopédica e traumatológica. 

Agende uma consulta para receber cuidados especializados e orientações adequadas no tratamento de lesões.

 

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