A luxação do ombro é uma das lesões mais comuns na ortopedia, especialmente entre pessoas jovens e ativas. Mas quando ela deixa de ser um evento isolado e passa a se repetir com frequência, estamos diante de um quadro chamado luxação recorrente do ombro, uma condição que exige atenção e, muitas vezes, tratamento cirúrgico.
Neste artigo, vou explicar de forma clara o que causa essa instabilidade, quais são os sinais de alerta e em que momento a cirurgia pode ser indicada.
O que é luxação recorrente do ombro?
A luxação ocorre quando a cabeça do úmero (osso do braço) se desloca da cavidade glenoidal (no ombro). Isso pode acontecer após um trauma, como uma queda ou movimento brusco. Quando o ombro volta a sair do lugar com certa frequência, mesmo em atividades simples do dia a dia, dizemos que o paciente tem uma instabilidade crônica ou luxação recorrente.
Essa condição é mais comum em:
- Jovens que sofreram uma primeira luxação traumática
- Atletas de esportes de contato ou arremesso
- Pessoas com frouxidão ligamentar
Principais sintomas
Alguns sinais devem levantar suspeita de instabilidade no ombro:
- Sensação de que o ombro “sai do lugar” com facilidade
- Dor após movimentos específicos, especialmente de elevação e rotação
- Perda de força ou insegurança ao usar o braço
- Episódios repetidos de luxação, mesmo com esforço mínimo
Esses episódios podem impactar diretamente a qualidade de vida, dificultando atividades simples como vestir uma roupa ou dormir de lado.
Por que o ombro fica instável?
Cada vez que o ombro se desloca, estruturas importantes como a cápsula articular, os ligamentos e o lábio glenoidal podem sofrer lesões. Isso enfraquece o mecanismo de estabilidade da articulação, facilitando novas luxações. Em alguns casos, também pode haver lesões ósseas associadas, como a lesão de Hill-Sachs ou da glenoide, o que agrava o quadro.
É possível tratar sem cirurgia?
Sim, em alguns casos. O tratamento conservador pode ser indicado especialmente para pacientes que:
- Tiveram apenas um episódio de luxação
- Não praticam esportes de alto impacto
- Não apresentam sinais importantes de instabilidade no exame físico
Nessas situações, o foco é fortalecer a musculatura do ombro, especialmente os músculos do manguito rotador e escápula, por meio de fisioterapia guiada.
Quando a cirurgia é indicada?
A cirurgia costuma ser recomendada quando:
- Há episódios repetidos de luxação
- O ombro se desloca mesmo sem trauma
- O paciente tem restrições na rotina ou no esporte por medo da luxação
- Exames de imagem mostram lesões ligamentares ou ósseas importantes
O procedimento mais comum é a artroscopia do ombro com reparo do lábio glenoidal (técnica de Bankart). Em casos mais graves, pode ser necessário um procedimento de reconstrução óssea, como a cirurgia de Latarjet.
O objetivo da cirurgia é restaurar a estabilidade do ombro e permitir que o paciente volte com segurança às suas atividades, reduzindo drasticamente o risco de novas luxações.
E a recuperação?
A recuperação varia de acordo com o tipo de cirurgia realizada, mas em geral inclui:
- Imobilização nas primeiras semanas
- Fisioterapia progressiva para recuperar mobilidade e força
- Retorno gradual às atividades físicas, com liberação para esportes em torno de 4 a 6 meses
Conclusão
A luxação recorrente do ombro é uma condição que não deve ser ignorada. Quanto mais cedo for avaliada, maiores as chances de um tratamento eficaz e menos impacto na rotina do paciente.
🔎 Se você sente que seu ombro “sai do lugar” com frequência, procure uma avaliação especializada. Cada caso é único, e só um ortopedista com experiência em ombro poderá indicar o melhor caminho.
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